segunda-feira, fevereiro 13, 2006

ÁLVARO LAPA (1939-2006)



O pintor e escritor Álvaro Lapa morreu no passado Sábado, 11 de Fevereiro, no Porto. Nascido a 31 de Julho de 1939 em Évora era professor de Estética na Faculdade de Belas Artes do Porto. Neste momento está patente uma exposição sua na Galeria Fernando Santos do Porto, à Rua Miguel Bombarda.
Álvaro Lapa iniciou o seu percurso como pintor com uma exposição individual em 1964 na Galeria 111. Em 1994 apresenta retrospectivas na Fundação de Serralves e no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian e em 2004 vence o Prémio EDP.
A escrita, o outro lado da criação de Álvaro Lapa foi, de certo modo, obscurecida pela pintura. Publicou cinco livros: Raso como o Chão (Estampa, 1977), Porque Morreu Eanes (Estampa, 1978), Barulheira (& etc, 1982), Balança (Frenesi, 1985) e Sequências Narrativas Completas (Assírio & Alvim, 1994). Influenciado por autores da tradição surrealiata e de vanguarda como Kafka, Burroughs, Joyce, Beckett, Artaud ou António Maria Lisboa afirmou ao DN, em 1993, que "só se cria aquilo que se é". Amigo do poeta António Gancho, falecido no mês passado no Telhal, cuja obra ajudou a publicar, Álvaro Lapa terá contornado a loucura pela via da criação.

O DIAGNÓSTICO

Um jovem tinha um cérebro artificial chamado diagnóstico. Um dia fez-lhe três perguntas e o cérebro não respondeu. Como era jovem teve medo e logo a seguir fez-lhe mais duas perguntas. O cérebro respondeu mas estava errado.

Álvaro Lapa, in Sião, org. de Al Berto, Paulo da Costa Domingos e Rui Baião, Frenesi, 1987

1 comentário:

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