domingo, fevereiro 17, 2013

NUNO JÚDICE DENÚNCIA

"Agora era como se a História voltasse para trás. Nos países ocupados, os nazis tinham descoberto a solução para se verem livres dos judeus: metê-los em guetos. E para os enganar, faziam-nos eleger chefes que, muitas vezes, porque pensavam que assim protegiam o grupo, cumpriam as ordens do Reich: reduzir rações, confiscar os bens, deixar morrer os velhos, os doentes, as crianças. Era nisto que a nova Europa se estava a tornar: os guetos eram os países sob confisco, e em cada um deles tinham arranjado governos dóceis que cumpriam as ordens que vinham do centro de decisão" (p. 18)

"Os tempos são outros. A ditadura hoje é muito mais maquiavélica porque não se apresenta como tal. Vivemos todos convencidos de que somos livres, e todos os dias nos impõem mais uma coisa contra nós, que não sabemos como rejeitar. Não é contra ti nem contra o teu vizinho: é contra todos, e todos são objecto de um roubo que vem de fora, mas que é executado como se fosse uma coisa natural, executada com argumentos que até parecem lógicos, e que deixam um sabor amargo na vida que não sabes de onde vem." (p. 33)

"E cada vez haverá mais pobres, até serem uma multidão, sentados nas praças, debaixo dos tectos de paragens de autocarros, e as suas vozes continuarão inaudíveis. É o dinheiro que dá voz aos homens, por isso, se lhes tirarem o dinheiro, ficarão sem voz" (pp. 33/34)

Excertos da novela de Nuno Júdice, A Implosão (ed. D. Quixote), retirados do artigo São José Almeida sobre a mesma, publicado no Público, suplemento ípsilon de 15-02-13, pp. 20-22, sob o título "Contra o fim dos intectuais em Portugal".
Fotomontagem retirada do blogue wehavekaosinthegarden.blogspot.com  


terça-feira, fevereiro 12, 2013

O NOVO PAPA


Um novo Papa vai mudar a Igreja católica e a sociedade. Vai reconhecer o direito às mulheres abortarem; vai reconhecer o direito aos gays casarem, mesmo pela Igreja, e a adoptarem filhos; vai permitir a ordenação de mulheres (incluindo a Joana Amaral Dias e a Marisa Cruz, embora com reservas para a Manuela Ferreira Leite, sendo a Belle Dominique um caso de estudo para teólogos); vai fazer campanha pelo preservativo; vai defender a pílula do dia seguinte e a do dia anterior; vai defender a eutanásia (principalmente para o Passos Coelho, o Vítor Gaspar e o Miguel Relvas); vai defender o sexo livre, as orgias e o poliamor. Enfim, o novo Papa vai ser um Papa porreiro, pá.
(na foto Joana Amaral Dias numa produção para a revista Caras)

sábado, fevereiro 09, 2013

TROJANS E OUTRAS COISAS


Franquelim Alves, o ex administrador da SLN ligada à maior fraude financeira depois do 25 de Abril, pelo menos, o BPN, não é um erro de casting estúpido deste governo. F. Alves, empossado secretário de Estado, é um cavalo de Tróia, um trojan, como os que circulam pela net. Enquanto se fala sobre o ex administrador da SLN, desvia-se as atenções para o que de importante o governo está a preparar – a chamada refundação do Estado, ou seja, a liquidação Estado social. Há que dar aqui razão a Sócrates, que denunciou isso no frente-a-frente tido com Coelho para as legislativas de 2011. E há que reconhecer que o BE actuou de forma irresponsável ao chumbar o PEC IV (assim como o PCP, embora lhe devemos dar um desconto por senilidade marxista-leninista-estalinista), levando como sabia à demissão do governo de Sócrates. Ora o BE certamente não estaria à espera de ganhar as eleições, e sabia também que o PS não tinha hipótese. Portanto o bilhete da lotaria só poderia sair a Passos Coelho, que depois de realizar o sonho de casar com uma das Doce, realizou o seu segundo sonho – o de ser primeiro-ministro. E o sonho de Coelho transformou-se no pesadelo de todo um país (com as excepção de alguns crápulas que como velhas meretrizes vivem de defender este governo e a sua política de aniquilação de Portugal). Quanto ao BE mostrou nessa altura ser uma esquerda irresponsável ao entregar o governo ao PSD. Para mais tendo como presidente da República o sr. Silva. E sobre o actual PS e o seu líder inseguro e o Costa indeciso nem vale a pena falar. Assim vai esta república de bom povo manso