terça-feira, outubro 16, 2007

PEDRO TAMEN


AMENDOEIRA


Entra no algodão terroso.

Depois

sobe devagarinho, mal se vê,

em muda aspiração ao algodão azul.


Persiste sem saber

que nunca atingirá

o mar da macieza.

Insiste pelos meses,

cega pelos ventos, pelo ouro

que purifica o céu.


Então,

sem desistir,

um dia,

não se resigna e explode

branca de alegria.


Pedro Tamen, Analogia e Dedos, Oceanos, 2006, p.31

Sem comentários: