sábado, dezembro 31, 2022

LIVROS EM 2022

 


1, A 24 de Fevereiro de 2022 a Rússia invadia a Ucrânia. Não era a primeira vez que a guerra eclodia na Europa depois de 1945, mas desta vez o ocidente (UE, Nato, EUA), não estava disposto a tolerar as ambições lunáticas de Putin. Nem os jornalistas a abdicar do modo monotemático dos telejornais: substituíram a covid pela guerra. O resultado é a divisão do mundo, de novo, em dois blocos, como durante a Guerra Fria. Os Estados Unidos, com Biden, em nada mudaram: são os polícias do mundo, estão a alimentar a guerra através da ajuda militar à Ucrânia de Zelensky. Parece que ninguém quer a paz. E os Ucranianos, incentivados pelo nacionalismo do fantoche Zelensky, são as vítimas disto tudo. Eles e os soldados russos. A Ucrânia é no início deste século o solo onde se joga uma perigosa e barbara partida de xadrez, onde não pode haver xeque-mate. E, em fundo, ecoa a ameaça nuclear. Ora esse facto, deu lugar na actividade editorial, à publicação de uma série de livros relacionados com o tema. Desde histórias da Rússia, biografias de Putin, à publicação de escritores ucranianos. 

2, Byung-Chul Han. Vivemos em certo sentido "tempos sombrios" (H. Arendt), marcados pela emergência climática, pelo avanço da extrema-direita, por um mundo onde a nossa relação com as coisas, os objectos, se torna cada vez mais virtual, e onde essa virtualização corresponde a uma exploração dos nossos dados por mecanismos mais ou menos secretos de Inteligência Artificial (IA), como o tem vindo a denunciar, numa analítica da actualidade, o filósofo germano-sul-coreano Byung-Chul Han. De Han a Relógio d' Água tem vindo a publicar a sua já extensa obra de pequenos livros - cerca de 100 páginas cada um - onde se procede a uma crítica e elucidação do tempo presente. Este ano publicou Não-Coisas e Infocracia. Ora estes livros, levantando o problema da virtualização das coisas, estão também a levantar o problema da virtualização da leitura. No que respeita aos jornais isso é evidente: são os próprios jornais que cada vez mais apostam nas suas edições on-line. Mais: como tinha previsto Mcluhan, estamos a caminho de uma sociedade oral, onde a leitura em silêncio acabará por desaparecer. São disso exemplo, já, a leitura áudio de artigos por máquinas de IA, como faz, por exemplo, a edição on-line do jornal Público. Mas também o word do windows 11 possibilita a leitura áudio de documentos da mesma forma. 

3, Centenários. 2022 foi o ano do centenário de nascimento de dois dos mais importantes escritores portugueses da segunda metade do século XX: José Saramago e Agustina Bessa-Luís. Foram também personalidades politicamente nos extremos. José Saramago, filho de pobres agricultores, tornou-se militante do PCP durante a ditadura do Estado Novo; depois do 25 de Abril, e durante o chamado "verão quente" de 1975, foi director-adjunto do Diário de Notícias, então nacionalizado. Os escritos de Saramago, no Diário de Notícias não constam das suas Folhas Políticas, livro que recolhe textos entre 1976 e 1998. Mas terá sido um período de efervescência em que o escritor José Saramago começou a nascer para a escrita que o viria a consagrar com o Nobel da literatura (é certo que já tinha publicado um romance e 3 livros de poemas). Do outro lado, completamente oposto, temos Agustina Bessa-Luís, filha de uma família burguesa. Incorporou o espírito familiar na defesa de um reaccionarismo  bastante patente na sua vasta obra, estranha e por muitos julgada de quase genial. A origem social foi marcante para a obra destes dois escritores tão antagónicos. Mas no caso de Agustina, a sua defesa de classe torna-se por vezes enervante. A utilização da palinódia, esse dizer e desdizer, fazer e desfazer verbal; o aforismo, em que a escritora de Amarante foi prolifica, serviram sempre uma causa extremamente conservadora, escandalosa por vezes, como a caracterizou Eduardo Prado Coelho em A Noite do Mundo. Recorde-se um episódio sintomático: depois da SPA ter atribuído um prémio literário a Luandino Vieira, a PIDE destruiu a sede da SPA; Óscar Lopes escreveu a Agustina - entre outros escritores - para tomarem uma posição publica, mas a autora de A Sibila declinou qualquer compromisso. Agustina vivia num "mundo fechado" (título do seu primeiro livro) que não reconhecia a existência do outro - nisso, creio, reside o "escândalo" a que aludia EPC. Já o Saramago que terá participado dos saneamentos de trabalhadores do DN, fá-lo no período de uma efervescência revolucionária. 

Mas este ano de 2022 também foi o ano do centenário do nascimento de Pier Paolo Pasolini. Cineasta, dramaturgo, romancista, poeta, ensaísta, Pasolini foi sobretudo alguém polémico no meio intelectual italiano. Polémico porque lúcido, polémico porque pensava por si, fora de qualquer categoria de adestramento ideológico, porque sendo comunista, homossexual e católico era já o bastante para desarrumar as etiquetas que não lhe conseguiam colar. Por isso, também, incómodo. Pasolini é, ao mesmo tempo o realizador do filme Evangelho Segundo S. Mateus e o autor do romance Vida Violenta; o autor do filme Saló ou os 120 Dias de Sodoma onde denúncia o fascismo italiano de Mussolini e o que também existia de fascista, avant la lettre na obra de Sade; é contra o aborto e denuncia o desaparecimento dos pirilampos como signo do capitalismo e das luzes eléctricas que avançam pelo espaço da noite. De Pasolini foi este ano editado pela VS Entrevistas Corsárias - sobre a política e a vida, A Poesia é uma Mercadoria Inconsumível (Sr. teste) e O Odor da Índia (Desassossego) - relato de uma viagem à Índia na companhia de Alberto Moravia e Elsa Morante. João Oliveira Duarte publicou um glossário em forma de ensaio sobre temas pasolinianos: Não Sou da Família - Notas Sobre Pasolini (BCF Editores). Recorde-se que Pasolini seria assassinado a 2 de Novembro de 1975 na praia de Óstia, por um ragazzo di vita. Em homenagem a Pasolini os Coil compuseram esta magnifica canção, precisamente intitulada Ostia.

De Marcel Proust, o autor de um dos grandes romances do século XX, esse imenso Em Busca do Tempo Perdido (a tradução para português europeu é de Pedro Tamen e está publicada na Relógio d' Água), comemoraram-se este ano os 100 anos do falecimento. Por cá em silêncio total. Outro dos mais referenciados como grande romance do século XX, ou de sempre, é Ullises de James Joyce - livro quase intragável que comemorou este ano o centenário da sua primeira edição. A Relógio fez uma edição especial da tradução de Jorge Vaz de Carvalho, enquanto a Livros do Brasil reeditou a tradução de João Palma-Ferreira.

4, Pessoa. Fernando Pessoa continua a assombrar a literatura portuguesa e não só. Este ano publicaram-se duas biografias do poeta dos heterónimos: de Richard Zenith, um dos principais estudiosos e editor da obra pessoana, foi traduzida para português a sua monumental biografia de Fernando Pessoa - Pessoa. Uma Biografia (Quetzal) que foi finalista do Prémio Pulitzer. A outra biografia de Pessoa, é da autoria de João Pedro Gorge - O Super-Camões. Biografia de Fernando Pessoa (D. Quixote) - foi menos referenciada. João Pedro George é autor de biografias de Luiz Pacheco, da Marquesa de Paiva ou de Mota Pinto, o presidente do PSD que nos anos 80 formou governo com o PS de Mário Soares. A biografia de João Pedro George é também a segunda feita por um autor português, mais de 70 anos depois de João Gaspar Simões escrever a primeira biografia de Pessoa. Na verdade, descontando uma biografia feita por um brasileiro, há poucos anos, e que os pessoanos rejeitaram como pouco séria, existiam apenas duas biografias sobre Fernando Pessoa: a de Gaspar Simões e a de Robert Bréchon publicada nos anos 1990. 2022 foi o ano em que apareceram mais duas. Pessoa é tido, por uma ideia generalista, como quase não tendo biografia; o que viveu, os seus pensamentos, estão em fragmentos dentro da famosa arca. Em parte isto será verdade: se Wittgenstein poderia referir como o melhor da sua obra tudo o que não escreveu (mas pensou, ou mesmo verbalizou), já Pessoa parece ter apontado quase tudo o que pensou. E nenhuma biografia pode ultrapassar essa grande obra que é o Livro do Desassossego, onde existem resquícios auto-biográficos. Mas a vida de Pessoa vai para além da sua escrita, do seu "texto" que ele deixou para que outros o fixassem. E é nesse labirinto pessoano, quase um palimpsesto, que Pessoa continua vivo, nas múltiplas variantes dos seus textos, a "obra" pessoana é sempre incompleta.    

5. Pessoa, o Prémio. O Prémio Pessoa é atribuído desde 1987 pelo semanário Expresso. Tem galardoado poetas, escritores, cientistas, historiadores, artistas, juristas, arquitectos, etc. A lista já é longa e inicia-se com José Mattoso (em 1987). Como poetas o prémio foi entregue a António Ramos Rosa (1988), Vasco Graça Moura (1995), Manuel Alegre (1998), Mário Cláudio (2004) e - única rejeição - a de Herberto Helder (1994). Agora, em 2022 o júri entendeu voltar a atribuir o prémio a um poeta e escolheu... João Luís Barreto Guimarães. É simplesmente uma escolha que não se percebe - embora o júri, sempre presidido por Francisco Pinto Balsemão, não pareça perceber muito de poesia, tem entre os seus elementos a ex-crítica literária Clara Ferreira Alves. Qualquer que seja a lógica do prémio (galardoar consagrados ou pessoas de quem se espera que "ofereçam obras" á sociedade), o nome de Barreto Guimarães aparece no fim de uma lista onde há muitos outros poetas que mereciam o prémio. E nisso é bom não esquecer poetas como António Franco Alexandre, José Agostinho Baptista, João Miguel Fernandes Jorge, Paulo da Costa Domingos, Fátima Maldonado, Nuno Júdice, entre outros, que iniciaram a publicação da sua obra na década de 70. Mas se o júri queria dar o prémio a alguém que por várias razões o merece, mesmo porque pertencem à geração de Barreto Guimarães, a dos poetas dos anos 80, tinha dois nomes: Adília Lopes ou Carlos Poças Falcão. Adília é já um nome incontornável na poesia portuguesa, precisamente pela sua aparente apoeticidade, por uma poesia da imanência que sobrevaloriza - e bem - a vida à obra. Já Carlos Poças Falcão, poeta também dos anos 80, é um poeta extremamente discreto que só a reunião da sua poesia completa, em 2012, com Arte Nenhuma (republicada com acrescentos em 2020 pela Língua Morta) pôde dar uma visão geral da obra deste poeta que está entre os melhores da poesia portuguesa actual. J. L. Barreto Guimarães é apresentado como poeta tradutor e médico; vive no Porto e há anos que com Jorge de Sousa Braga edita o blogue Poesia Ilimitada.  Aliás Sousa Braga, que também é médico (obstetra) e vive no Porto, seria um nome com mais notabilidade para receber o prémio Pessoa, mas o júri talvez não quisesse entregar o prémio a um poeta que é autor de um livro intitulado De Manhã Vamos Todos Acordar Com Uma Pérola no Cu  (Fenda, 1983). Note-se ainda que, embora sem nenhuma formação académica para o efeito, Barreto Guimarães lecciona no curso de medicina do ICBAS, uma cadeira de poesia. No entanto, a sua poesia, por vezes, adentra-se numa perigosa ironia que uma leitura literal (e onde começa a ironia e acaba a literalidade?) pode chocar com a deontologia da sua profissão.

Enfim, há nos prémios que concernem ao campo literário sempre uma injustiça. Neste caso, do Prémio Pessoa, é de lembrar que Fernando Pessoa quando concorreu com a Mensagem a um prémio de poesia ficou em segundo lugar. Do vencedor ninguém sabe hoje o nome. Um outro prémio literário bastante discutível é o Nobel da literatura, que este ano foi para a francesa Annie Ernaux. Mas o Nobel da literatura tem já as suas regras, que alguns ingénuos teimam em não perceber. Para já, uma regra clara é a equidade de género (ou quotas literárias): um ano um homem, no outro uma mulher.

6, Vejamos agora os livros publicados em 2022, dos quais fiz uma selecção dividida por géneros. No que respeita à poesia, parto de uma citação de António Guerreiro, no suplemento Ípsilon do Público de 23-12-22: "o que a poesia contemporânea tem de mais importante deixou de ser maioritariamente assinado por nomes masculinos" (p.14). De facto, isso é hoje uma evidência, cujo diagnostico é um pouco tardio: a década de 2010 é já marcada pelo aparecimento de algumas poetas e o consolidamento de outras. A par disso dá-se um desvanecimento de uma poesia do quotidiano ou do real (e o gesto radical de Joaquim Manuel Magalhães em Um Toldo Vermelho, também é disso sintomático), que a antologia Poetas Sem Qualidade, organizada por Manuel de Freitas, constituiu um marco. Nomes como Andreia C. Faria, Raquel Nobre Guerra, Margarida Vale de Gato, Cláudia R. Sampaio ou Elisabete Marques (para só nomear autoras que publicaram este ano e constam desta lista), trouxeram uma inflexão á poesia portuguesa, que genericamente parte de um abandono da poesia do real. Nomes como Isabel de Sá (ou Eduarda Chiote), voltaram a publicar depois de anos sem publicar. No caso de Isabel de Sá, publicou a sua poesia reunida (pela segunda vez depois de Repetir o Poema - Quasi, 2005 - e do inédito O Real Arrasa Tudo, em 2019). Trata-se de uma obra das mais singulares da poesia portuguesa, que tem sido esquecida. Desta constelação de mulheres poetas - ou poetisas - assinale-se ainda Adília Lopes, nome cimeiro da poesia actual que este ano publicou o livro Pardais. Um dos poetas mais esquecidos da poesia portuguesa contemporânea é Rui Diniz, que no início da década de 70 publicou Ossuário. Este ano, cerca de 50 anos depois, publicou Ossos de Sépia. Registe-se ainda a reedição da poesia de António Gancho na Assírio & Alvim, editora que apostou para calhamaço do ano na obra completa de Paul Celan, um dos grandes poetas do século XX, cuja poesia é marcada pelo Holocausto.

No que respeita à ficção, assinalem-se três autores malditos: Michel Houllebecq, Thomas Bernhard e Jean Genet. Este último, tem andado arredado da edição em Portugal, pelo menos desde que a Hiena o públicou. António Lobo Antunes publicou, aos 80 anos, O Tamanho do Mundo (D. Quixote). De George Orwell foram publicados mais dois romances (Emergir Para Respirar - Relógio d' Água - e História de Um Homem Comum - E-Primatur). Orwell é de facto um autor fundamental para os tempos que atravessamos, e a edição portuguesa tem feito jus a esse facto, editando quase toda a obra do autor de 1984.

Quanto ao ensaio a colheita foi boa e abundante. Destaque-se o primeiro volume dos Ensaios de Montaigne publicado pela E-Primatur e os 48 Ensaios de Virginia Woolf. Para além dos livros de Byung-Chul Han, outros títulos colocam-nos questões. É o caso do título de Angela Davis editado pela Antígona: As Prisões Estão Obsoletas? Mas, também, do Livro do Clima organizado por Greta Thunberg. Noutro registo, Miguel Esteves Cardoso recuperou a sua Escrítica Pop e as crónicas que escreveu no Independente. Livros de Foucault (o seminário sobre essa categoria da psiquiatria e da biopolítica que foram Os Anormais), de Agamben sobre o período da loucura de Holderlin, de Deleuze sobre Proust em ano do seu centenário. Federico Bertolazzi com No Reino da Terrível Pureza (Documenta) interroga a edição da obra de Sophia. Para o autor, Sophia tem estado a ser censurada por uma série de artigos que ela publicou na imprensa não terem sido editados em livro. 

A mancha gráfica de um livro nem sempre é constituída por palavras. Por vezes surgem as imagens, ou quase só imagens. Estão neste caso os livros de Banda Desenhada ou novelas gráficas. Por isso faço referência a 3 livros nesta lista: a Obra Gráfica de Mário Henrique Leiria (que completa a edição das suas obras completas editadas na E-Primatur), a reedição da reportagem gráfica Palestina da autoria de Joe Sacco, e de Reinhard Kleist uma obra gráfica sobre Nick Cave. E, ainda, um livro de fotografia de um dos grandes foto-repórteres portugueses: Alfredo Cunha, publicado na colecção Ph da Imprensa Nacional com textos de António Barreto e David Santos. Esta é uma excelente colecção de fotografia, onde já foram publicados livros de Jorge Molder, Paulo Nozolino ou José M. Rodrigues com textos de José Bragança de Miranda, Rui Nunes ou Maria Filomena Molder.

7, Editoras. Basta olhar para a lista, para encontrar algumas pequenas e médias editoras, fora dos grandes grupos (Porto Editora, Leya), que, penso, melhor têm editado. É o caso da Antígona, Relógio d' Água, Tinta da China, Documenta ou E-Primatur - entre as médias editoras - e da Barco Bêbado, Sr, Teste, Língua Morta, Saguão, Dois Dias ou BCF Editores entre as pequenas editoras. O grupo Almedina, a que pertence a bastante activa Edições 70, tem feito um excelente trabalho editorial que dignifica esta chancela com quase 50 anos de existência.


POESIA

Adília Lopes - Pardais (Assírio & Alvim)
Isabel de Sá - Semente em solo adverso (Officium Lectionis)
Andreia C. Faria - Canina (Tinta da China)
Raquel Nobre Guerra - A divisão da alegria (Tinta da China)
Cláudia R. Sampaio - Uma mulher aparentemente viva (Porto Editora)
Rui Diniz - Ossos de sépia (Língua Morta)
Rui Baião - Motim (Barco Bêbado, c/ posfácio de Rui Nunes)
Paulo da Costa Domingos - Na sombra da quinta vertical (Barco Bêbado)
Paul Celan - Os Poemas (Assírio & Alvim, trad. Mª Teresa Dias Furtado)
J. W. Goethe - Os Poemas (Edições 70)
F. Nietzsche - Poemas (Edições 70)
Horácio - Odes e epodos (Tinta da China)
Robert Walser - Estou só e fora do mundo: 50 poemas (Sr. Teste)
Margarida Vale de Gato (org. e trad,) - O outono de oitocentos (Flop)
Elisabete Marques - Estranhos em casa (Língua Morta)
José Afonso - Obra Poética (Relógio d' Água)
Vítor Silva Tavares - Poemas de amor e ódio (Barco Bêbado)
António Gancho - O ar da manhã (Assírio & Alvim, reed.)
José Carlos Soares - Medição dos Arvoredos (Alambique)

FICÇÃO
Michel Houllebecq - Aniquilação (Alfaguara)
Thomas Bernhard - Geada (Dois Dias Editora)
Jean Genet - Diário do Ladrão (Minotauro)
Geoffrey Chaucer - Contos de Cantuária (E-Primatur, trad. Daniel Jonas)
Thomas Carlyle - Sartor Resartus (Imprensa Nacional)
Henrich von Kleist - Estranha profecia e outros textos (E-Primatur)
Isaac Asimov - Eu, Robô (Relógio d' Água)
Woody Allen - Gravidade zero (Edições 70)
George Orwell - Emergir para respirar (Relógio d' Água)
George Orwell - História de um homem comum (E-Primatur)
Gonçalo M Tavares - O diabo (Bretrand)
António Lobo Antunes - O tamanho do mundo (D. Quixote)
Raquel Gaspar da Silva - A pedra é mais bela que o pássaro (Caixa Alta)
Dulce Garcia - Olho da rua (Companhia das Letras)
João Reis - Cadernos da água (Quetzal)

ENSAIO
Virginia Woolf - 48 Ensaios (Relógio d' Água)
Michel de Montaigne - Ensaios (E-Primatur)
Byung-Chul Han - Infocracia (Relógio d' Água)
Byung-Chul Han - Não-Coisas (Relógio d' Água)
Greta Thunberg (org.)- O Livro do Clima (Objectiva)
Critical Arte Ensemble - Desobediência civil electrónica e outras ideias impopulares (Barco Bêbado)
Angela Davis - As prisões estão obsoletas? (Antígona)
Michel Foucault - Os anormais (Edições 70)
Giorgio Agamben - A loucura de Holderlin (Edições 70)
Gilles Deleuze - Proust e os signos (Barco Bêbado)
J. W. Goethe - A metamorfose das plantas (Saguão, trad. Maria Filomena Molder)
Miguel Esteves Cardoso - Escritica pop (Bertrand)
Miguel Esteves Cardoso - Independente demente (Bertrand)
André Barata - Para viver em qualquer mundo (Documenta)
Fernando Rosas (coord.) - Revolução Portuguesa 1974-75 (Tinta da China)
António Araújo - O mais sacana possível - a revista Almanaque (Tinta da China)
Rosa Maria Martelo - Devagar, a poesia (Documenta)
Frederico Pedreira - Um virar de costas sedutor (Relógio d' Água)
AA VV - Sobre Sophia: novas leituras (Assírio & Alvim)
Federico Bertolazzi - No reino da terrível pureza (Documenta)
João Oliveira Duarte - Não sou da família. Notas sobre Pasolini (BCF)
Luís Varela Aldemira - Arte e psicanálise (Taiga)
S. Kierkegaard - Diário de um sedutor (Sr. Teste)
David Graeber e David Wengrow - O príncipio de tudo - uma nova história da humanidade (Bretrand)
Carlo Rovelli - O Abismo vertiginoso (Objectiva)
Susan Sontag - Contra a interpretação (Quetzal)
Elena Ferrante - As margens e a escrita (Relógio d' Água)
Carlos Taibo - Ibéria esvaziada (Livraria Letra Livre)
Luís Mateus - O campeonato do mundo (Kathartika)

OUTROS. BIOGRAFIA, DIÁRIO, VIAGENS, NOVELA GRÁFICA
Richard Zenith - Pessoa. Uma biografia (Quetzal)
João Pedro George - O Super-Camões, biografia de Fernando Pessoa (D. Quixote)
Benjamin Moser - Sontag: vida e obra (Objectiva)
Witold Gombrowicz - Diário II (1959-1969) (Antígona)
Fernando Pessoa - Diário e escritos autobiográficos (Assírio & Alvim)
Pier Paolo Pasolini - O odor da Índia (Desassossego)
Alberto Moravia - Cartas do Sahara (Tinta da China)
Walter Benjamin - Diários de Viagens (Assírio & Alvim)
Mário-Henrique Leiria - Obra gráfica (E-Primatur)
Joe Sacco - Palestina (Tigre de Papel)
Reinhard Kleist - Nick Cave: Mercy on Me (Minotauro)