Ao número 20 a revista Textos e Pretextos (do Centro de Estudos Comparatistas da FLUL) abordou a temática da literatura e do futebol. A revista conta com ensaios de António Sá Moura, Norberto do Vale Cardoso e Nuno Domingos; textos (depoimentos, pequenas ficções, crónicas) de Álvaro Magalhães, Eric Nepomuceno, Gonçalo M. Tavares, Inês Fonseca
Santos, João Assis Pacheco, Jorge Almeida e Nuno Amado, Rui Miguel Tovar
e Ruy Castro. A terminar uma entrevista ao escritor brasileiro Nelson Rodrigues e uma bibliografia sobre literatura e futebol.
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sexta-feira, setembro 30, 2016
domingo, julho 10, 2016
CAMPEÕES EUROPEUS
Durante longos anos a grande referência em termos de selecção nacional foi o 3º lugar no Mundial de Inglaterra, com uma selecção onde predominava Eusébio. Depois, há 32 anos, em França, foi uma derrota nas meias-finais com uma selecção de que faziam parte jogadores esquecidos mas grandioso no futebol português (Fernando Gomes, Chalana, Bento, Frasco, Sousa, Jordão, Néné, Oliveira... nem todos jogaram em 1984, mas todos fazem parte de uma geração grandiosa do futebol português). Depois houve Figo, Futre e outros; a final perdida frente à Grécia em casa há 12 anos. E agora, quando no início deste Euro 2016, Portugal não era apontado como favorito; quando o seleccionador Fernando Santos disse que só regressava a Portugal no dia 11 e todos se riram. Hoje o "impossível" realizou-se: Portugal tornou-se campeão da Europa, dessa Europa onde é chamado de porco, dessa Europa que políticamente nos quer impôr sanções.
Esta vitória da selecção nacional em França, frente à França, tem um relevo desportivo de décadas, mas também um relevo político e social de décadas. É como que uma vingança pelo sofrimento de mais de um milhão de migrantes que, por vezes nas piores condições foram ganhar a vida para terras gaulesas (veja-se o exemplo da mala de cartão de Linda de Suza, as barracas onde em finais dos anos 60 os portugueses viviam nas mais precárias condições).
domingo, julho 13, 2014
NÃO HÁ PACHORRA PARA A ALEMANHA
A Alemanha enjoa, chateia. Não há pachorra
para a Alemanha, o país que acabou de ganhar a copa do mundo, depois de
humilhar Portugal (4-0) e o Brasil (7-1). Agora, na final a Alemanha ganhou à
Argentina (1-0). Vivemos sob um asqueroso império alemão – frau Merkel manda na
União Europeia sem que para isso tenha algum mandato democrático. Os
portugueses, como os gregos e outros povos do sul da Europa têm sofrido, nos
últimos anos, esse despotismo alemão. É bom lembrar que os avozinhos dos
jogadores que ganharam a copa – não todos, mas alguns – participaram, directa
ou indirectamente, no Holocausto. A raça ariana está em forma. Hitler ia
gostar, como Merkel gostou. Até na Volta à França há um alemão a liderar. Não
há pachorra para esta Alemanha. O seu jogo é táctica mais capacidade física –
um imenso calculismo, uma gelada frieza. A esta Alemanha nada importa as
consequências da austeridade. Para esta Alemanha o outro não existe, apenas
existem os resultados quer sejam desportivos ou financeiros. Não há pachorra
para esta Alemanha.
Quem perdeu esta copa não foi tanto a
Argentina, mas o Brasil. Ou melhor: nem foi o Brasil mas Dilma. O povo brasileiro
talvez perdoasse os gastos na construção dos estádios se o Brasil ganhasse a
copa. Mas o Brasil foi humilhado pela Alemanha, como nunca tinha sido num jogo
de futebol. Dilma perdeu as próximas eleições, a realizar em Outubro, na
passada terça-feira enquanto o Brasil era goleado pelos teutónicos. Agora as
manifestações vão voltar, porque o povo brasileiro não pode perder duas vezes.
terça-feira, junho 22, 2010
CABAZADA E FUZILAMENTOS

Ontem a selecção nacional venceu a Coreia do Norte por 7-0. Resultado histórico contra um pais que não é deste planeta. A Coreia do Norte é uma espécie de monarquia estalinista de Kim's, um buraco negro entre as nações da terra: quem lá entra, por exemplo como jornalista terá poucas hipóteses de sair de lá vivo para contar o que viu, se quiser fazer mesmo um trabalho jornalístico. Um pais como este governado pelo querido líder Kim Jong-Il, é capaz de tudo. O jogo de ontem foi transmitido em directo pela televisão estatal norte-coreana, ao contrário do jogo com o Brasil, transmitido em diferido. Ora se o jogo foi mesmo transmitido em directo sem nenhuma decalage que permitisse ao realizador da emissão cortar os sete golos de Portugal, os norte-coreanos que têm o privilégio de ter uma televisão viram em directo a humilhação de uma nação que para propaganda interna deve dominar o mundo. Tudo isto faz-me pensar no destino dos jogadores da Coreia do Norte. O que os espera quando chegarem à sua querida pátria estalinista, depois da humilhação que Portugal lhes infligiu? Receio o pior, o fuzilamento. Imagino que enquanto os portugueses festejavam ontem os sete golos, estivessem a festejar também os fuzilamentos do coreanos, como se a metáfora fuzilar a baliza se tornasse literal. E um dia o deus demente, o grande líder Kim resolve ripostar com armas nucleres (não contra Portugal, mas contra o pais que esteja mais à mão, talvez a inimiga Coreia do Sul)
domingo, junho 11, 2006
TEORIA PÓS-COLONIAL:
ANGOLA-0 PORTUGAL-1
ANGOLA-0 PORTUGAL-1
sábado, junho 10, 2006
O FIM DO FUTEBOL

O Futebol, aquele que é jogado num campo com onze jogadores de cada lado, já não existe. É, de tudo o que se chama hoje futebol o que menos interessa. Não falo só pelo actual Mundial da Alemanha. Há muito que os jornais desportivos se interessam por tudo menos o futebol em si. O que tem interessado os ditos jornais desportivos são as transferências (o mercado de transferências, como se fossem jornais de economia), as polémicas que envolvem dirigentes, treinadores e jogadores. E também não desprezam as sempre polémicas arbitragens - todas as arbitragens são polémicas. Também as revistas cor-de-rosa viram, ultimamente, nas histórias amorosas entre futebolistas e vedetas de televisão uma receita certeira para alargar o seu público. A televisão seguiu-lhes o caminho, ou ao contrário, percebendo que o futebol também interessa às mulheres, criou em volta dos jogos toda uma série de espectáculos. Não é o jogo que interessa mas o antes do jogo e o depois do jogo, a envolvente do jogo, do campeonato. É assim no Mundial da Alemanha, mas intensificado até à náusea.
Aquilo que se pode chamar a beleza do futebol é algo acessório. Os jogos de futebol são acessórios, onde predomina uma lentidão que não se coaduna com a actual voragem das imagens televisivas (a rapidez dos planos). O futebol entrou na era do espectáculo, na Sociedade do Espectáculo como foi definida por Guy Debord: "tudo o que era directamente vivido se afastou numa representação". Assim é com o futebol, esse jogo da nossa infância, agora rodeado de todo um discurso vazio (veja-se as conferências de imprensa dos treinadores, jogadores e dirigentes, a avidez com que os jornalistas as seguem como se dali fossem sair as palavras que salvam o mundo). Nada escapa ao comentário que inaugura o vazio sobre o indizível da experiência (e isto não se aplica apenas ao futebol).
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