AMENDOEIRA
Entra no algodão terroso.
Depois
sobe devagarinho, mal se vê,
em muda aspiração ao algodão azul.
Persiste sem saber
que nunca atingirá
o mar da macieza.
Insiste pelos meses,
cega pelos ventos, pelo ouro
que purifica o céu.
Então,
sem desistir,
um dia,
não se resigna e explode
branca de alegria.
Pedro Tamen, Analogia e Dedos, Oceanos, 2006, p.31
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