O jornalismo procura, entre outras coisas, contar histórias - boas histórias - que, fazendo parte do real, muitas vezes são adaptadas à ficção (literária ou cinematográfica). Por outro lado´a imprensa escrita albergou ficções através de géneros como o folhetim ou o conto, hoje arredados das páginas dos jornais. O desaparecimento de Madelaine McCan no passado dia 3 de Maio de um complexo hoteleiro na Aldeia da Luz, no Algarve, e as consequências que este caso teve a nível mediático enquadram-se numa lógica folhetinesca. Este caso teve, e continua a ter, todos os ingredientes de um bom romance ou série policial. É claro que todos os dias desaparecem crianças, mas nunca um caso como o de Maddie teve esta repercussão mediática. Quer se acredite na inocência ou culpabilidade (ainda que relativa) dos pais, estes, através da sua posição social e amizades junto do governo inglês, tiveram um papel activo no desencadear de uma cobertura mediática inédita na busca de uma criança. As acções que o casal McCan tomou, que incluiram um encontro com Bento XVI, ajudaram a manter a campanha a nível dos meios de comunicação social. Mas, como numa boa história policial, dá-se uma reviravolta e as vitimas passam a culpados. Mais apetecível ficou a história. Agora, passados 6 meses e com o casal McCan em Inglaterra, embora com o estatuto de arguidos, o caso vai-se esfumando. Há indícios forenses, mas não há corpo, e a polícia judiciária sabe que este não é um outro caso Joana (onde a confissão da mãe terá sido obtida sob tortura). Nem mais um episódio de CSI (Praia da Luz).
domingo, novembro 04, 2007
quinta-feira, outubro 25, 2007
YOU ARE NOT WELCOME MR. PUTIN
terça-feira, outubro 23, 2007
MUDANÇA TRANQUILA
Os grandes jornais mundiais estão a mudar o seu aspecto gráfico. O último que o fez foi o espanhol El País, diário que assistiu ao crescimento da democracia espanhola e se tornou num dos mais importantes jornais mundiais. Esta mudança foi uma mudança tranquila (ao contrário do que aconteceu este ano com o Público): desde logo porque foram feitas pequenas mudanças ao longo dos últimos anos, como a introdução da cor em algumas páginas do jornal. Aspectos como o tipo de letra podem passar despercebidos ao leitor menos atento, embora a utilização da cor em todas as fotografias do jornal, tras uma tendência para o desaparecimento da fotografia a preto e branco na imprensa.
O grafismo é o embrulho das matérias que um jornal publica (notícias, reportagens, opinião, etc). No caso do El País, o que o torna um jornal de referência, embora demasiadamente colado ao PSOE, é a forma como aborda o mundo, dando grande espaço à actualidade internacional, mas também os meios de que se serve para o fazer, ou seja, correspondentes e enviados especiais que dão a sua visão própria dos assuntos tratados. No entanto, nota-se, por parte de toda a imprensa um certo alarmismo face à internet que resulta numa fuga para a frente, mudando o aspecto gráfico e por vezes também os conteúdos. O Público foi um mau exemplo desta mudança, o que parece não ocorrer com o El País.
sábado, outubro 20, 2007
terça-feira, outubro 16, 2007
PEDRO TAMEN
AMENDOEIRA
Entra no algodão terroso.
Depois
sobe devagarinho, mal se vê,
em muda aspiração ao algodão azul.
Persiste sem saber
que nunca atingirá
o mar da macieza.
Insiste pelos meses,
cega pelos ventos, pelo ouro
que purifica o céu.
Então,
sem desistir,
um dia,
não se resigna e explode
branca de alegria.
Pedro Tamen, Analogia e Dedos, Oceanos, 2006, p.31
sexta-feira, outubro 12, 2007
PAZ E LITERATURA
Doris Lessing, escritora inglesa de 88 anos e 75 livros publicados ganhou o prémio nobel da literatura. Pelo menos, no que respeita ao nobel da literatura podiam criar um totonobel.
Al Gore, ex vice-presidente dos Estados Unidos, que perdeu - para mal do mundo -, as eleições de 2000 ou 2001 para a presidêcia dos EUA a favor de Bush, e autor do filme Uma Verdade Incoveniente, ganhou o prémio nobel da paz juntamente com um tal Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas da ONU. Por cá "Os Verdes" não gostaram.
quinta-feira, setembro 27, 2007
terça-feira, setembro 25, 2007
quinta-feira, setembro 13, 2007
Big Brother, 4
"O Google, com todo o seu dinamismo, deu um passo arrojado, como o Street View, que tem gerado grande polémica nos Estados Unidos, o único país onde está disponível. Ao contrário do Earth, que funciona com imagens de satélite, aqui as imagens são reconhidas sem, qualquer aviso, através de uma rede de câmaras. Assim, é possível o reconhecimento das pessoas. É uma escalada perigosa: a vigilância não está ao alcance de uma instituição supostamente idónea e responsavel (...). As imagens são recolhidas por Volkswagens Beattle, com uma câmara no topo. (...). Tal como a imprensa, o Google pode recolher imagens em lugares públicos. Já em termos éticos é reprovável."
Manuel Halpern, Jornal de Letras, p. 39, 12-09-07, edição minha.
segunda-feira, agosto 27, 2007
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