
1, Na faixa de Gaza vive-se o inominável. Todos
os dias dezenas de palestinianos são mortos quando vão buscar comida. São já
cerca de 56 mil os mortos na faixa de Gaza, desde o 7 de Outubro de 2023,
altura em que o Hamas atacou e fez reféns colonos israelitas. A ira bíblica de
Israel abateu-se sobre os palestinianos, entrincheirados na estreita faixa de
Gaza, entre o mar e o estado de Israel. Dois milhões de pessoas vivendo numa
prisão a céu aberto. O Hamas agora, como outrora a OLP, surge como resposta a
essa situação infra-humana. A criação do estado de Israel deu-se depois do fim
da II Guerra Mundial, ou seja, depois do fim do Holocausto em que os nazis
exterminaram cerca de seis milhões de judeus. A solução final nazi, foi naquela
altura o inominável que palavras como Holocausto pretenderam traduzir. Mas agora
é Israel – melhor dizendo o primeiro-ministro Benjamin Natanyahu – que se
comporta como os nazis. Trata-se de um lento genocídio, pela fome como arma de
guerra, pela falsa ajuda humanitária de uma alegada fundação privada norte-americana,
que é um bando de mercenários pronto a disparar com o exército israelita sobre
os famintos palestinianos. E tudo isto é uma criação da aliança entre Trump e
Natanyahu.
2, Natanyahu
bombardeou o Irão (com a ajuda da sua tenebrosa Mossad, pretendia decapitar o
regime dos aiatolas), e o Irão bombardeou Israel. Andaram nisto 12 dias, até
que Donald Trump, o palhaço rico, usou os seus “fantásticos” aviões B-2 para
bombardear locais onde, alegadamente, se desenvolve o programa nuclear do Irão.
Uma bomba “incrível” que só os EUA têm. Resta saber se os bombardeamentos foram
eficazes para acabar com o programa nuclear de Irão. Mas para Israel de
Natanyahu – acossado com acusações por corrupção – nada é suficiente. Israel está
quase sempre em guerra desde a sua fundação, em 1948.
3, Donald Trump, que queria que os EUA saíssem
da NATO, acabou a exigir dos membros do clube fundado entre outros por Portugal
de Salazar, que cada país pague cinco por cento do seu PIB anualmente para a
defesa e segurança. É muito dinheiro para a indústria do armamento –
principalmente norte-americana – que está extremamente grata ao homem cor de
laranja. E Luís Montenegro, no beija-mão a Donald, como os seus homólogos europeus
e não só, concordou. Deste coro destoou a voz de Pedro Sanchez, o presidente do
governo espanhol, que vive cercado de acusados de corrupção por todo o lado
(mulher, irmão, melhores amigos dentro do PSOE). Neste lodaçal de corrupção, o
líder do PSOE aguenta-se e recusa a chantagem do bonecreiro Donald.
(imagem do The New Yorker)