quinta-feira, maio 01, 2008

DIA DO TRABALHADOR


Um dos maiores triunfos dos situacionistas foi ver reaparecer nas paredes, em 1968, durante a greve geral selvagem, a palavra de ordem dada por Debord em 1952: «Ne travaillez jamais» [«Não trabalhem nunca»]. À crítica de não levarem em conta a realidade do trabalho, respondem [os situacionistas] que «quase nunca trataram de outro problema que não o do trabalho na nossa época: as suas condições, as suas contradições, os seus resultados» (IS, 10/67). Nunca produziram análises detalhadas sobre o mundo do trabalho e sobre as lutas operárias como fez Socialisme ou Barberie, mas observaram que o conjunto das actividades sociais, em particular o consumo dos lazeres, obedece a uma extensão da lógica do trabalho. O lugar de onde a sociedade extrai o seu sentido e a sua justificação, e que determina a identidade dos´indivíduos, está em vias de se transferir do trabalho para os chamados «lazeres».

Anselm Jappe, Guy Debord, Antigona, 2008, p. 120

1 comentário:

L. disse...

o debord e o vanegeim sao ambos muito giros

mas claramente falta-lhes um pouco de portuguesismo... ou de realidade