terça-feira, abril 30, 2019
D. Dinis
__ Ai flores, ai flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo!
Ai Deus, e u é?
__ Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado!
Ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs comigo!
Ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do qui mi á jurado!
Ai Deus, e u é?
__ Vós me perguntardes polo voss'amigo,
e eu bem vos digo que é san'vivo.
Ai Deus, e u é?
Vós me perguntardes polo voss'amado,
e eu bem vos digo que é viv'e sano.
Ai Deus, e u é?
E eu bem vos digo que é san'vivo
e seera vosc'ant'o prazo saído.
Ai Deus, e u é?
E eu bem vos digo que é viv' e sano
e seera vosc'ant'o prazo passado
Ai Deus, e u é?
domingo, março 31, 2019
Joan Zorro
Em Lixboa, sobre lo mar
barcas novas mandei lavrar,
ai mia senhor
velida!
Em Lixboa, sobre lo ler,
barcas novas mandei fazer,
ai mia senhor
velida!
Barcas novas mandei lavrar
e no mar as mandei deitar,
ai mia senhor
velida!
Barcas novas mandei fazer
e no mar as mandei meter,
ai mia senhor
velida!
(in Poemas Portugueses - Antologia da poesia portuguesa do séc. XIII ao séc. XXI, Porto Editora, p. 107)
Joan Zorro foi um jogral português que terá feito parte da corte de D. Dinis. São-lhe conhecidas 11 composições. Em 1967 Fiama Hasse Pais Brandão publica o livro Barcas Novas (ed. Ulisseia) que inclui o poema com o título homónimo, referindo-se à Guerra Colonial. Mas a marca intertextual de Joan Zorro na poesia de Fiama, não se ficaria por ai, publicando em 1974 "O Texto de João Zorro"
Joan Zorro foi um jogral português que terá feito parte da corte de D. Dinis. São-lhe conhecidas 11 composições. Em 1967 Fiama Hasse Pais Brandão publica o livro Barcas Novas (ed. Ulisseia) que inclui o poema com o título homónimo, referindo-se à Guerra Colonial. Mas a marca intertextual de Joan Zorro na poesia de Fiama, não se ficaria por ai, publicando em 1974 "O Texto de João Zorro"
quinta-feira, fevereiro 28, 2019
Francisco Sá de Miranda
O sol é grande, caem co’a calma as aves,
do tempo em tal sazão, que sói ser fria;
esta água que d’alto cai acordar-m’-ia
do sono não, mas de cuidados graves.
Ó cousas, todas vãs, todas mudaves,
qual é tal coração qu’em vós confia?
Passam os tempos vai dia trás dia,
incertos muito mais que ao vento as naves.
Eu vira já aqui sombras, vira flores,
vi tantas águas, vi tanta verdura,
as aves todas cantavam d’amores.
Tudo é seco e mudo; e, de mestura,
Também mudando-m’eu fiz doutras cores:
E tudo o mais renova, isto é sem cura!
Francisco Sá de Miranda viveu entre 1481 ou 1485 e 1558. Poeta maior da história da literatura portuguesa, perto de Camões, Bernadim Ribeiro, Gil Vicente. O soneto aqui apresentado é um dos mais famosos do autor e aquele com quem alguns poetas do século XX estableceram relações de intertextualidade, como é caso de Gastão Cruz.
quinta-feira, janeiro 31, 2019
CENSURA E PEDAGOGIA
1, Estava uma turma de Português do 12º ano,
a ouvir uma medíocre versão dita por alguém no you tube do poema "Ode Triunfal" de Álvaro de Campos-Fernando Pessoa, quando alguém repara que ao texto impresso
no manual da Porto Editora faltam três versos. Fantásticos estes alunos que
mereciam um 20 por tal descoberta: a de que o manual da Porto Editora, de
autoria de Noémia Jorge, Cecília Aguiar e Miguel Magalhães censurava três
versos de um dos poemas mais importantes do modernismo português. Falavam esses
versos de putas e de pedofilia: “automóveis apinhados de pândegos e de putas”
(verso 153) e “E cujas filhas aos oito anos – e eu acho isto belo e amo-o! –
Masturbam homens de aspecto decente nos vãos de escada.” O verso 153 não se
percebe muito bem o porquê da censura – será que tem que ver com esta
predominância de movimentos feministas? Quanto aos outros dois versos,
percebe-se que hoje sejam mais censuráveis que há cerca de 100 anos quando
foram publicados em Orpheu. Se Pessoa fosse vivo, e por algum azar um
jornalista ou delegado do MP lhe caísse em cima (passe a metáfora), qual não
seria a reacção da turbamalta? Ainda bem que a poesia é coisa de duas centenas
de pessoas, como já o era no tempo de Pessoa-Campos. Mas, mesmo assim, poder-se-á
dar razão aos autores do manual em ter censurado estes 2 versos, não vá
qualquer furor adolescente lê-los em sagrada família, com um membro a exigir
digitalmente a pena de morte para o poeta, enquanto o outro defende a tortura
do membro viril cortado em fatias (um aparte para dizer que nada disto é da
minha imaginação, antes reproduzo dois comentários ouvidos num café depois da
passagem de uma reportagem da TVI sobre pedofilia).
2, Este caricato episódio, poderia servir
para a discussão do programa de literatura portuguesa nas escolas. Ainda há
alguns meses, se discutia sobre a importância d’ Os Maias nos currículos e da
necessidade da sua leitura integral. Assim como Os Maias, o programa de
português inclui uma série de obras que sendo clássicos da literatura
portuguesa, nada dizem aos estudantes do básico e secundário. A maior parte dos
alunos limita-se a estudar os apontamentos das aulas ou a ler os resumos que –
ainda creio existirem – da Europa-América, ou então a enveredar por um caminho
mais perigoso: o da wikipédia. Quanto aos alunos que vivem na ilusão de trabalhar para ter médias que lhes permitam o
acesso a um curso que lhes vai garantir o futuro – como se isso existisse hoje
–, talvez por obrigação tentem ler as obras do programa. Mas sejamos claros:
nada disto serve a literatura. A Escola não tem uma poção mágica que faça os
alunos ter prazer por ler. Pelo contrário, a escola é a primeira instituição
repressora do sujeito. E nessa repressão está o gosto pela leitura – não só
pela literatura, mas por toda a espécie de texto, da filosofia à divulgação de
biologia ou física. Quando existe algum gosto pela leitura do texto literário
em adolescentes, ele não se compadece com um cânone que vai do Cancioneiro,
passando por Gil Vicente, Camões, Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Camilo,
e a obrigatoriedade de ler Eça (Os Maias substituídos por A Ilustre Casa de
Ramirez) e Saramago (Memorial do Convento substituído por O Ano da Morte de
Ricardo Reis). Todo este cânone é em si discutível, feito de textos mortos, no
sentido que apresentam uma mentalidade que nada tem a ver com os nossos dias,
ignorando os autores contemporâneos, e mesmo em alguns casos depreciando
autores como Camilo Castelo Branco em favor de Eça de Queirós, algo a que não é
indiferente o pobre centralismo lexical lisboeta. Mas ainda sobre este
programa, deve-se dizer que ele é tão só História da Literatura, que ignora os
grandes escritores e poetas que o século XX – e alguns já de inícios deste
século – nos deu e dá. Se querem que adolescentes se interessem pela
literatura, porque não começar por apresentar textos de Adília Lopes, Alberto
Pimenta, ou mesmo Rui Manuel Amaral ou A. Dasilva O. de quem o “clássico”
Peidinhos circulava há anos em fotocópias entre alunos? E aqui voltamos à
censura, à hierárquica posição pedagógica, que mesmo entre os clássicos censura
Bocage. Esta escola é demasiado estúpida, anquilosada, feita na generalidade de
professores medíocres, ensinando que a alegria é um engano do corpo (o que até
condiz com certa poesia que se faz, essa que tal como a escola, fecha as
janelas a obras demasiado solares como as de Sophia ou Eugénio de Andrade). Resumindo
a questão: ao impor um cânone que nada diz aos alunos do básico e secundário, a
escola opta por liquidar qualquer interesse que os alunos pudessem ter pelo
texto literário (com algumas e minoritárias excepções); em contrapartida, pode
(a escola) imaginar que obriga os alunos a ter conhecimento de um cânone
literário. Ou seja, opta-se por liquidar potenciais leitores, por liquidar o
prazer da leitura (não estivesse ele já a ser liquidado por uma sociedade
digital e iconográfica), em nome de uma memória do passado soterrada depois do
último exame. Ou, como escreveu Joaquim Manuel Magalhães, “Que sentido houve
para o que aprendeste? / Peidos com cheiro a rosa, foi o que foi.” (Os Dias,
Pequenos Charcos; Presença, 1981).
quinta-feira, janeiro 03, 2019
segunda-feira, dezembro 31, 2018
LIVROS EM 2018
1, Em meados da década de 1990, num livro intitulado
Ser Digital, Nicolas Negroponte anunciava um mundo imaterial, composto por
bytes. A verdade, mais de duas décadas depois, é que ainda, e felizmente, não
atingimos esse mundo. Apesar das impressoras 3D, o digital ainda só serve para
a transmissão de dados. É neste quadro que o livro como objecto material feito
de papel, “cartolina”, cola, tinta, foi, juntamente com os jornais e revistas,
ameaçado na sua materialidade pelos E-Books. Embora essa ameaça continue a
pairar, o certo é que os livros electrónicos têm sido um flop. O mesmo não se
pode dizer das livrarias, principalmente das que não estão ligadas aos grandes
grupos que dominam o mercado editorial. Da Amazon à Wook, passando pela Fnac, a
compra de livros on-line generalizou-se – mesmo a compra entre particulares
através de sites como o Olx. O problema não está só na facilidade que a compra
on-line oferece, mas também na incapacidade dos livreiros.
2, É neste último sentido que o ano de 2018
foi marcado pelo fecho de algumas livrarias de rua, em Lisboa e no Porto. Uma
delas terá sido nos seus tempos áureos, década de 1980, 1990, uma, ou a,
livraria mais importante em solo português. Era a Livraria Leitura, do Porto,
enquanto teve à sua frente o livreiro Fernando Fernandes, também desaparecido este
ano. No final da década de oitenta, quando pela primeira vez entrei na Leitura,
que ficava então ao cimo da Rua de Ceuta, onde hoje está um moderno salão de
cabeleireiro (ironicamente como se aquele espaço no trespasse trocasse o
interior do cérebro pelo seu exterior capilar), encontrei o espaço mais repleto
de livros que jamais tinha visto. Livros até ao tecto, onde só se chegava com
um escadote, livros em estantes nas escadas que subiam para o primeiro andar,
milhares de livros de todo o mundo num espaço exíguo. Nessa altura a Leitura
era a mais bela livraria do mundo, se tomarmos em conta que o que faz a beleza
de uma livraria são os livros, a potencialidade que eles oferecem, e não o
espaço arquitectónico onde se situam, como acontece com a Livraria Lello – esta
última colonizada actualmente pelos turistas deixou de ser uma livraria para se
tornar num monumento. A Leitura fornecia livros para bibliotecas, fazia um
catálogo, e todos os dias ia uma empregada aos correios que ficavam do outro
lado da rua, com imensos livros para enviar para leitores – imagino que não só
nacionais. Pela Leitura passavam frequentemente as cabeças mais iluminadas do
Porto, e também quem de Lisboa vinha ao Porto. Creio que o sucesso da Leitura
estava numa atenção única que Fernando Fernandes dedicava aos leitores. Numa época
em que não existia internet, em que o conhecimento do que se publicava vinha de
jornais como o El País ou o Magazine Literaire – mas também de outras revistas
mais especializadas – Fernando Fernandes trazia até ao leitor o livro, quer
este se encontrasse nos antípodas, quer estivesse ao lado na Livros do Brasil.
Mas, a maior parte das vezes estava ali, na imensa secção de filosofia ou
poesia, ou no original quer fosse um romance de Thomas Berhnard ou os diários
de Sylvia Plath. Depois Fernando Fernandes reformou-se, vendeu a sua parte,
durante alguns anos a Leitura, que passaria a chamar-se Leitura-Bulhosa, foi
como um pulsar: ampliou o espaço, passando a ter entrada pela rua José Falcão,
abriu livrarias no centro comercial do Bom Sucesso (Boavista) e em Serralves.
Mas sem Fernando Fernandes já não era a mesma Leitura; e com a internet e a
crise financeira viu-se restringida ao espaço da rua José Falcão. A colonização
turística que faz do Porto (e Lisboa) uma cidade completamente descaracterizada,
como se fosse uma Cinne Cità para turista, ajudou a dar a ultima machadada
naquela que foi a maior livraria portuguesa.
3, Apresenta-se a seguir uma lista, por
editoras (23), dos livros de poesia publicados em 2018. Será uma lista
naturalmente incompleta e com erros. No entanto, foi a lista que com algumas
horas de trabalho e a ajuda de sites de editoras, páginas do facebook,
livrarias on-line, e jornais, consegui obter. Desta lista, comparada com a de
outros anos, conclui-se, do ponto de vista editorial, não existirem grandes mudanças.
A poesia continua a ser editada, a maior parte por micro-editoras (algumas só
publicaram um livro), outra por editoras como a Assírio & Alvim, para quem
a edição sendo um negócio, como o das salsichas não deixa de apresentar boa
carne. Ou seja, livros importantes. Está neste caso o primeiro volume da obra
completa de António Ramos Rosa, poeta de extensa obra que corria o risco de
cair no esquecimento. Destaque-se ainda, na mesma editora a tradução de uma selecção
de poemas de William Wordsworth por Daniel Jonas. Se houve autor que enervou,
já desde 2010 os seus leitores, foi Joaquim Manuel Magalhães que este ano,
depois de longo silêncio, voltou com novo livro de reescrita de poemas já
reescritos e alguns inéditos – enfim uma confusão que pode ter a sua lógica.
4, Quanto ao ensaio, ficção e outros géneros
de difícil catalogação, apresento uma pequena lista com a escolha de alguns
livros. Noto por parte da imprensa que ainda se dedica a estes balanços, o
esquecimento de um autor, que quer se goste ou não é fundamental na literatura
e mesmo no pensamento que faz em Portugal: Gonçalo M. Tavares. Dele disse, com
alguma razão José Saramago, que seria o próximo nobel português. O prémio já
caiu em descrédito, mas as razões pelas quais a crítica teima em esquecer
Tavares, ou outras pessoas o colocam nos mesmos termos de um José Luís Peixoto,
são umas obscuras e as outras decorrentes de pura ignorância.
POESIA
ABYSMO
Luis Garcia
Montero - As Lições da Intimidade (Trad. de Nuno Júdice)
Felipe
Benítez Reyes - Privilégio de Penumbra (Pessoana) (Trad. de Vasco Gato)
Antero de
Quental – Poesia III
AA VV - Lisbon Poetry Orchestra (Livro + 2 cd)
ALAMBIQUE
Ricardo
Tiago Moura – Cruzes
AFRONTAMENTO
Fernando
Echevarría - Via Analítica
ARTEFACTO
Miguel
Filipe Mochila - Com a Língua nos Dentes
ASSÍRIO
& ALVIM
António
Ramos Rosa – Obra Poética (Vol. I)
António
Botto – Poesia
Luís
Quintais – Agon
Ron Padgtt –
Poemas Escolhidos (int., sel. e trad. de Rosalina Marshall)
Luís Filipe
Castro Mendes – Poemas Reunidos
Ana Luísa
Amaral / Marinela de Freitas (Org.) - Do corpo: outras habitações
José Alberto
Oliveira (versões) – Poemas da Antologia Grega
José Alberto
Oliveira - De Passagem
Marta Chaves
– Varanda de Inverno
Adília Lopes
– Estar em Casa
Valter Hugo
Mãe – Publicação da Mortalidade
Rosa Alice Branco
- Traçar um Nome no Coração do Branco
Eugénio de
Andrade – À Sombra da Memória (Reed. Pref. de Gonçalo M. Tavares)
Eugénio de
Andrade - Ofício de Paciência (Reed. Pref. de Gastão Cruz)
Eugénio de
Andrade – Rente ao Dizer (Reed. Pref. Federico Bertolazzi)
William
Wordsworth – Poemas Escolhidos (Sel. e Trad. de Daniel Jonas)
AVERNO
Fábio Neves
Marcelino - Canto Irregular
Tiago Araújo
- Ano Zero
José
Francisco Azevedo - Mistérios
Amalia Bautista
- Coração Desabitado (sel. e trad. de Inês Dias)
António
Barahona - Aos Pés do Mestre
Jorge Molder
e Ricardo Álvaro - Morrer
José Carlos
Soares - Camel Blue
Rui Pires
Cabral - Manual do Condutor de Máquinas Sombrias
Carlos
Nogueira/Inês Dias - Grafito
Manuel de
Freitas - Shots
COMPANHIA
DAS ILHAS
Ramiro S.
Osório - Ao largo de Delos
Gisela
Canãmero - Um Mosquito num Voo Baixo. Um Poeta na Revolução
Jorge Aguiar
Oliveira - Pena de Morte
Fernando
Machado Silva - Um Espelho para Reproduzir as Mutações da Vida
Manuel Tomás - Falquejando os Dias
Jaime Rocha
(coordenação
literária) - Poesia, Um Dia. Poetas em Ródão (2012-2017)
Cláudia
Lucas Chéu - Beber pela Garrafa
José Viale
Moutinho - A Pessoa Indicada
Rui Sousa - Ao
Ouvido do Diabo
Paulo da
Costa Domingos - A Vau
José Martins
Garcia - Poesia Reunida
COTOVIA
Manuel
Resende – Poesia Reunida
A M Pires
Cabral - Trade Mark
Amália
Rodrigues – Versos
DO LADO
ESQUERDO
António
Amaral Tavares - Retratos de Nova Iorque
André
Tecedeiro - O Número de Strahler
Miguel-Manso
– Mortel
Miguel
Martins - Film Noir
Eunice de
Souza – Coração de Abacate (Trad. de Francisco José Craveiro de Carvalho)
AA VV –
Mixtape II
DOUDA
CORRERIA
Hugo
Milhanas Machado - Um longo tempo nos pulos do mar
Adelaide
Ivánova - O Martelo
Yiannis
Stiggas - Exupéry Significa Perder-se
João Paulo
Esteves da Silva – Dois Bois e uma Arma na Mão
António
Cabrita - Oitenta flechas para atrair a cotovia/ Livro 1
Raquel Salas
Rivera – Desdomínios (trad. do espanhol e pref. de Mariano Alejandro Ribeiro)
Théodore
Fraenckel – Iluminuras
Maria
Daniela – Cona Cósmica
Ramiro S.
Osório e Sebastião Belfort Cerqueira - RSO&SBC
Manel Seatra
– Dias de Folga
Sandra
Andrade - Caim / Lilith (2ª ed.)
Leonor Sá –
A Poesia Está Fechada
Cristina
Bartleby – O primeiro poeta que despi
Rui de
Almeida Paiva - Canções de Embalar Belos Planetas Cansados
Nuno Marques
– Dia do Não
Cláudia R.
Sampaio – Outro nome para a solidão
Miguel
Loureiro - Confissões de um Exilado no Barreiro
EDIÇÕES 50
KG
Manuel de
Freitas – Sob o Olhar de Neptuno
EDIÇÕES
AVANTE
Manuel
Gusmão – A Foz em Delta
EDIÇÕES DO
SAGUÃO
Alberto
Pimenta – Pensar Depois no Caminho
EDITORIAL
MINERVA
Fernando
Guilherme Azevedo - Barroco Permeável
Paulo Sena -
Passam as Ruas por Mim
Cláudio
Cordeiro - Luz na Face
Maria do
Carmo Cachulo - Pó de Arroz
José Pascoal
- Excertos Incertos
José Pascoal
– Antídotos
José Pascoal
- Sob este Título
José Pascoal
– Ponto Infinito
FRENESI
Paulo da
Costa Domingos – Jocasta
GLACIAR
Carlos Frias
de Carvalho - De Silêncio é o Pólen
IMPRENSA
NACIONAL – CASA DA MOEDA
Vitorino
Nemésio – Poesia (1916-1940)
Pedro Tamen –
Retábulo de Matérias (1953-2013)
Mário Avelar
– Coreografando Melodias no Rumor das Imagens
Alice Sant'
Anna – Aula de Natação
Antonio
Carlos Secchin - Desdizer
LICORNE
Wang Wei –
Habitar o Vazio
Maria
Graciete Besse – Na Inclinação da Luz
Casimiro de
Brito – Memória do Paraíso
António
Ladeira – Somos Infelizes
LÍNGUA MORTA
Luis Alberto
de Cuenca – A Vida em Chamas (uma antologia) (sel. trad. prólogo e notas de Miguel
Filipe Mochila)
Henri
Michaux – Moriturus e outros textos (Org. e Trad. Rui Caeiro)
Luís Pedroso
– Importunar o Tempo à Fisga
Eduardo
Guerra Carneiro – Mil e Outras Noites (sel. Miguel Filipe Mochila)
Vasco Gato –
Um Passo Sobre a Terra
Roberto
Juarroz – A Árvore Derrubada Pelos Frutos (sel. e trad. de Rui Caeiro, Duarte
Pereira e Diogo Vaz Pinto)
Ángel
González – Para Que Eu Me Chame Ángel González (sel., trad., prólogo e notas de
Miguel Filipe Mochila)
(NÃO)
EDIÇÕES
Laura Erber
- Mesa de Inspecção do Açúcar e Tabaco
Isabel
Nogueira – Marginal
Rui Dias
Monteiro – Reunião de Pedras
Álvaro Seiça
– Previsão para 365 Poemas
OPERA OMNIA
Carlos Poças
Falcão – Sombra Silêncio
PUBLICAÇÕES DOM
QUIXOTE
Maria Teresa
Horta – Estranhezas
Nuno Júdice
- A Pura Inscrição do Amor
Manuel
Alegre - Todos os Poemas São de Amor
RELÓGIO D’
ÁGUA
Bernardo Pinto
de Almeida – A Ciência das Sombras
Joaquim
Manuel Magalhães – Para Comigo
João Miguel
Fernandes Jorge – Fuck the Polis
Marianne
Moore - O Pangolim e Outros Poemas (Trad. Margarida Vale de Gato)
Arthur
Rimbaud – Obra Completa (Trad. João Moita e Miguel Serras Pereira)
Gonçalo M.
Tavares – Livro da Dança (reed.)
TINTA DA
CHINA
Alberto
Lacerda – Poemas Escolhidos (Sel. e Pref. de Luís Amorim de Sousa)
Pedro Mexia –
Poemas Escolhidos
Fernando
Pessoa – Fausto
Fernando
Pessoa – Poesia. Antologia Mínima
Fernando
Luís Sampaio - Aprender a Cantar na Era do Karaoke
Tatiana Faia
– Um Quarto em Atenas
·
ENSAIO,
FICÇÃO, POESIA & OUTROS – UMA SELECÇÃO
António
Guerreiro – O Demónio das Imagens (Língua Morta)
José Gil –
Caos e Ritmo (Relógio d’ Água)
Roberto
Esposito – De Fora. Uma Filosofia para a Europa (Edições 70)
Yuval Noah
Harari - 21 Lições para o Século XXI (Elsinore)
Karl Kraus –
Aforismos (VS – Vasco Santos Editor)
Clarice
Lispector – Correio para Mulheres (Relógio d’ Água)
Rui Nunes - Suíte
e Fúria (Relógio d’ Água)
Dulce Maria
Cardoso – Eliete (Tinta da China)
José
Sesinando – Obra Perfeitamente Incompleta (Tinta da China)
José Riço
Direitinho – O Escuro que Te ilumina (Quetzal)
Gonçalo M.
Tavares - O Senhor Brecht e o Sucesso (posf. Alberto Manguel) (Relógio d’ Água)
Gonçalo M.
Tavares - O Senhor Walser e a Floresta (posf. Alberto Manguel) (Relógio d’
Água)
Gonçalo M. Tavares - Cinco Meninos, Cinco
Ratos (Bertrand)
Gonçalo M.
Tavares - Breves Notas sobre Literatura-Bloom (Relógio d’ Água)
Carlos Poças
Falcão – Sombra Silêncio (Opera Omnia)
Herberto Helder - Em Minúsculas (Porto Editora)
Herberto Helder - Em Minúsculas (Porto Editora)
Manuel
Resende – Poesia Reunida (Cotovia)
António
Ramos Rosa – Obra Poética (Vol. I) (Assírio & Alvim)
Roberto
Juarroz – A Árvore Derrubada Pelos Frutos (Língua Morta)
William
Wordsworth – Poemas Escolhidos (Sel. e Trad. de Daniel Jonas)
sexta-feira, novembro 30, 2018
INDIGÊNCIA, DEPUTADOS E CIDADÃOS
A 22 de Novembro tentei, via páginas web,
contactar os vários grupos parlamentares que, numa democracia representativa
como a nossa, têm o dever de representar os cidadãos. Em questão, como se pode
ver pela leitura do texto abaixo, estava – e está – a forma como vivem centenas
de milhares de pessoas em Portugal, com um governo, de esquerda – PS – e
apoiado por outros dois partidos de esquerda (ou como querem alguns
extrema-esquerda) que leva três anos de legislatura. Se durante estes 3 anos
muitas prestações sociais foram repostas – reformas, aumento de salários na
função pública, etc – continua a existir uma parcela da população portuguesa
que vive na indignidade de ter um rendimento zero, e outra que vive na também
indignidade de auferir um RSI que ronda uns míseros 200 euros. Penso que esta é
uma questão de regime, ou seja, enquanto existirem, tanto em Portugal como
noutros países – mesmo dos civilizados da Europa – pessoas que têm um
rendimento zero, é a própria democracia que ainda não amadureceu o suficiente
para terminar com este estado de coisas.
A minha abordagem, feita na tarde do dia 22
consistiu na procura via google das páginas web dos cinco partidos com grupos
parlamentares: CDS-PP, PSD, PS, Bloco de Esquerda e PCP (deixei de fora o PAN,
que apenas tem um deputado e o PEV, que para efeitos eleitorais e não só está
dependente do PCP). Na fraca página do PSD não encontrei nenhum contacto. Não
espanta, depois do governo Passos Coelho, e actualmente com o partido divido
entre os deputados que foram escolhidos por Passos e o novo líder que teve que
renegar o passado recente do partido, o partido encontra-se dividido (numa
democracia normal teria o mesmo destino que o PASOK). O Partido Socialista e o
PCP têm na sua web page uma “janela” para submeter os comentários. Tendo obtido
na página do PCP um extracto de uma conferência de imprensa onde se anunciava
que o PCP iria apresentar uma proposta sobre subsídio social para desempregados
de longa duração, não submeti o texto (como fiz na página do PS) mas, antes um
pedido de informação sobre essa proposta (é provável que entre as mais de 900
emendas ao Orçamento de Estado, o PCP tenha apresentado realmente uma proposta
nesse sentido, que naturalmente foi rejeitada). Confesso que censurei duas
partes do texto, ao submete-lo à página do CDS-PP: a parte onde faço referência
às esmolas e a frase onde falo de neoliberalismo e Passos Coelho. O facto de
ter censurado estas duas partes deve-se a uma atitude diplomática – embora não
tenha qualquer ilusão sobre a política do CDS-PP no que diz respeito a apoios
sociais. Apenas o BE apresenta além de um contacto de e-mail, um contacto
telefónico.
Concordo que esta altura – a de apresentação
de propostas para o OE 2019 – não terá sido a melhor para como cidadão tentar expor
um problema aos grupos parlamentares. Também acho que o texto tem deficiências –
falta-lhe a pirâmide invertida. Mas não acho que tenha sido nenhuma dessas situações
o factor que levou a que até hoje não obtivesse nenhuma resposta – nem sequer
uma resposta automática.
O problema que se coloca resume nisto: os
deputados, uma vez eleitos não querem saber dos cidadãos que representam, dando
razão ao comentário populista, “o que eles querem é tacho”. O que recentemente
aconteceu com deputados do PSD, vem reforçar esta ideia. Cabe aos cidadãos e
aos meios de comunicação social terem uma atitude vigilante, e procurar
soluções.
Há em Portugal, um número que
pretende ser escondido, mas que rondará as 300 a 400 mil pessoas, pelo menos,
que não auferem nenhum rendimento. Nem o RSI – quer porque por qualquer razão
perderam esse rendimento – e as assistentes sociais são peritas em criar
condições para que isso aconteça –, quer porque estando numa família onde um
dos agregados trabalha lhes é recusado esse rendimento. São pessoas muitas
vezes acima dos 50 anos, que depois de ficarem desempregadas (e algumas tinham
empregos onde auferiam salários duas ou até seis vezes o salário mínimo), toda
a sua vida mudou. Algumas entraram em processos depressivos major, crónicos,
que um inepto SNS é incapaz de resolver. São pessoas a quem foi retirada a
esperança pela acção do anterior governo PSD/PP. São pessoas a quem foi retira
a dignidade de viver, que vivendo em famílias que se tornaram pobres, estão em
exclusão social – nem um cêntimo têm que seja delas. É uma situação lamentável?
Sim. Mas não é uma situação TINA, uma situação sem alternativa. Essas pessoas –
muitas das quais não têm dinheiro sequer dinheiro para comprar os medicamentos,
sendo assim vítimas de uma mortalidade precoce – têm direito a ser tratadas com
toda a dignidade que merecem pelo Estado português.
Numa notícia do site SIC –
Notícias leio: “Mais três mil desempregados de longa duração com direito a
subsídio social” (de 13.10.2018). Isto é um pouco ridículo: este número
corresponderá a 1% dos desempregados de longa duração. É uma esmola do PS e do
BE, que faz lembrar os ricos que no tempo do salazarismo tinham um, dois ou
três pobres a quem davam esmola para expiação dos seus pecados.
Vivemos com uma enorme carga
fiscal, com altas rendas pagas pelo Estado para grandes grupos financeiros. Ou
seja, o neoliberalismo de Passos Coelho ainda não foi revertido.
Urge acabar com uma situação em
que os desempregados de longa duração têm uma vida indigna. Para isso apelo ao
vosso grupo parlamentar para criar legislação no sentido de criar um verdadeiro
subsídio social para todos os desempregados de longa duração.
quarta-feira, outubro 31, 2018
CABRA DA PESTE
Jair Messias Bolsonaro, antigo capitão do
exército, é o novo presidente do Brasil. Porque ganhou as eleições este extremista
de direita, perigoso protofascista, seguidor de Trump, defensor do armamento
geral da população, amigo dos ultraliberais da escola de Chicago? Enfim, um
cabra da peste, um cafajeste. Para se ser honesto, temos que ouvir quem votou
nele, e a resposta parece ser o medo. O medo, mais que o ódio. O medo de ser
uma das 62 mil vítimas de homicídio que por ano entram para as estatísticas de
um dos países mais violentos do mundo. Mas Bolsonaro, com a ideia de distribuir
armas pela população só tornará esse número muito maior. Em segundo lugar está
a corrupção que grassa por todo o espectro político brasileiro. Ora, foi em
nome do combate a essa corrupção que o juiz Sérgio Moro fez um golpe de Estado
judicial ao enviar Lula da Silva para a prisão a tempo de que não se pudesse
apresentar como candidato. Em condições normais, e apesar do fastio que os
brasileiros sentem pelo PT, Lula ganhava a Bolsonaro. É preciso que se diga bem
alto: os ministérios públicos (MP) estão a destruir as democracias – o Brasil é
um claro exemplo disso. Entre um corrupto e um ditador eu prefiro o corrupto.
Bolsonaro é sobretudo o produto de um alarme social (como os juízes gostam de
invocar para usar a prisão preventiva) por parte do MP e do super-juíz Sérgio
Moro. Em reconhecimento, e sem a mínima vergonha, Bolsonaro pôs à disposição de
Sérgio Moro um lugar de ministro. Outro cabra da peste, cafajeste.
sábado, setembro 29, 2018
JOANA MARQUES VIDAL E LUCÍLIA GAGO, A NOVA PGR EX PCTP/MRPP: UMA AGENDA REVANCHISTA
A direita anda mal. Isso já sabíamos,
mas o que custou a engolir foi a não recondução de Joana Marques Vidal como
PGR. Ainda mais com a anuência do presidente da República. Porque foi no
mandato de JMV que pela primeira vez um ex-primeiro-ministro (do PS, agora sem
partido porque abandonado pelos camaradas) foi preso, sem acusação e para que o
ministério público investigasse. Isto tanto pode acontecer a José Sócrates como
ao Zé da esquina. Costumava acontecer ao Zé da esquina – pilha galinhas ou
mãozinhas de artistas do gamanço da carteira do próximo. Tudo isso são
actividades indignas de um juiz, um procurador do ministério público, um PJ,
etc. A malta não anda a queimar as pestanas para depois prender pilha galinhas,
isso é uma desonra. O ministério público, os ministérios públicos de todo o
mundo têm que unir-se e tomar conta desta rebaldaria de corruptos que vai pelo
mundo. De Portugal ao Brasil, de Espanha à Cochinchina. E nisso, o mandato de
Joana (“Oh Joana, pensar que estivemos tão perto” já cantava em sua homenagem
Marco Paulo), foi quase exemplar. De Sócrates ao Benfica, o MP mostrou que
somos um país de corruptos, a precisar de um novo Salazar para endireitar isto.
Mas enquanto Salazar não ressuscita ou renasce, temos o grande timoneiro Carlos
Alexandre – prende primeiro, julga depois.
(Deixemos a ironia porque isto é
sério e a sério). Tudo isto e muito mais se passou no mandato de Joana Marques
Vidal e, certamente vai prosseguir no mandato de Lucília Gago, a nova
procuradora que era procuradora-geral adjunta. Que Lucília Gago seja membro do
PCTP/MRPP não espanta. Já a figura pública que mais tem dado a cara pelo
ministério público, Maria José Morgado, também tem origem nessa escola de
admiradores de Mao Tse-tung, um dos mais sanguinários ditadores do século XX.
A verdade é esta: existe uma
agenda dos ministérios públicos um pouco por todo o mundo que visa aproveitar a
provável corrupção de políticos – principalmente, mas também dirigentes
desportivos e outras figuras – para criar instabilidade social. Isto é bem
visível no Brasil, onde assistimos a um golpe de Estado perpetrado pelo
ministério público e por juízes – a prisão de Lula, favorito nas sondagens para
as eleições do próximo dia 7 de Outubro, colocam a instável democracia
brasileira à beira de ser tomada por um antigo militar, Jair Bolsonaro,
nitidamente fascista e simpatizante da junta militar que instaurou uma ditadura
militar no país. Em Espanha, o super-juiz Baltazar Garcón tentou – quase literalmente
– desenterrar o penoso passado da guerra civil espanhola. E em Portugal, além
da operação marquês, nem o Benfica escapa à fúria justicialista do ministério
público. Tudo isto é realmente grave – a justiça parece querer ser um factor de
perturbação das sociedades onde está inserida: no Brasil, lançando o país para
uma ditadura militar ou um presidente fascista, em Espanha e Portugal – países democraticamente
maduros – lançando o alarme social, minando as instituições e referências, como
é o caso do Benfica.
Que a nova PGR tenha sido membro
de um partido maoísta, assim como foi Maria José Morgado, demonstra uma vontade
revanchista alicerçada no passado: se perdemos politicamente no pós-25 de
Abril, ganhamos agora desestruturando a sociedade, prendendo os políticos, os
dirigentes desportivos, enfim aqueles que nos tempos demenciais do MRPP, seriam
encostados à parede de um pelotão de fuzilamento.
sexta-feira, agosto 31, 2018
MARINE LE PEN E A WEB SUMMIT
Uma das polémicas levantadas neste mês recordista de temperaturas, foi o convite e desconvite a Marine Le Pen para participar na Web Summit. A questão é complexa e está para além deste convite. Mas parece evidente que não se deve convidar alguém da extrema-direita para discursar seja onde for. Portanto, há uma primeira questão: porque foi endereçado este convite a Marine Le Pen por parte da organização da Web Summit? A resposta não surgiu, porque, creio, nem sequer foi colocada. Mas devia. É que nestes tempos onde se desenha o futuro pós-humano, o futuro – que é já presente – com a Inteligência Artificial, com empresas como o Facebook, a Google ou a Uber, questionar a organização da Web Summit pode parecer algo de sacrílego, como se na Idade Média alguém questionasse a existência de Deus.
Sendo Marine Le Pen a líder de um partido de características fascistas, portanto totalitárias, confesso que gostaria de saber o que realmente esta senhora pensa das novas tecnologias. Isto não quer dizer que numa eventual participação de Le Pen na Web Summit esperasse ouvir a verdade. A verdade sobre o uso do poder político (totalitário) sobre as novas tecnologias vai sendo desvendada na China, onde, para já, se sabe que a policia recorre a scanners para “ler” o conteúdo dos telemóveis de qualquer pessoa. E, neste sinistro estado Chinês, isto parece ser só o começo de uma situação que quase ultrapassa o big brother orwelliano.
Isto vem lembrar que a questão essencial, hoje, não é tanto entre dar a palavra a uma líder de um partido fascista ou censura-la, mas entre estarmos conscientes das implicações das novas tecnologias para a vida de todos nós ou não estarmos conscientes dessas implicações. Porque mesmo nas sociedades democráticas, existe um poder que se faz de algoritmos, ao qual estamos cada vez mais umbilicalmente ligados.
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