A direita anda mal. Isso já sabíamos,
mas o que custou a engolir foi a não recondução de Joana Marques Vidal como
PGR. Ainda mais com a anuência do presidente da República. Porque foi no
mandato de JMV que pela primeira vez um ex-primeiro-ministro (do PS, agora sem
partido porque abandonado pelos camaradas) foi preso, sem acusação e para que o
ministério público investigasse. Isto tanto pode acontecer a José Sócrates como
ao Zé da esquina. Costumava acontecer ao Zé da esquina – pilha galinhas ou
mãozinhas de artistas do gamanço da carteira do próximo. Tudo isso são
actividades indignas de um juiz, um procurador do ministério público, um PJ,
etc. A malta não anda a queimar as pestanas para depois prender pilha galinhas,
isso é uma desonra. O ministério público, os ministérios públicos de todo o
mundo têm que unir-se e tomar conta desta rebaldaria de corruptos que vai pelo
mundo. De Portugal ao Brasil, de Espanha à Cochinchina. E nisso, o mandato de
Joana (“Oh Joana, pensar que estivemos tão perto” já cantava em sua homenagem
Marco Paulo), foi quase exemplar. De Sócrates ao Benfica, o MP mostrou que
somos um país de corruptos, a precisar de um novo Salazar para endireitar isto.
Mas enquanto Salazar não ressuscita ou renasce, temos o grande timoneiro Carlos
Alexandre – prende primeiro, julga depois.
(Deixemos a ironia porque isto é
sério e a sério). Tudo isto e muito mais se passou no mandato de Joana Marques
Vidal e, certamente vai prosseguir no mandato de Lucília Gago, a nova
procuradora que era procuradora-geral adjunta. Que Lucília Gago seja membro do
PCTP/MRPP não espanta. Já a figura pública que mais tem dado a cara pelo
ministério público, Maria José Morgado, também tem origem nessa escola de
admiradores de Mao Tse-tung, um dos mais sanguinários ditadores do século XX.
A verdade é esta: existe uma
agenda dos ministérios públicos um pouco por todo o mundo que visa aproveitar a
provável corrupção de políticos – principalmente, mas também dirigentes
desportivos e outras figuras – para criar instabilidade social. Isto é bem
visível no Brasil, onde assistimos a um golpe de Estado perpetrado pelo
ministério público e por juízes – a prisão de Lula, favorito nas sondagens para
as eleições do próximo dia 7 de Outubro, colocam a instável democracia
brasileira à beira de ser tomada por um antigo militar, Jair Bolsonaro,
nitidamente fascista e simpatizante da junta militar que instaurou uma ditadura
militar no país. Em Espanha, o super-juiz Baltazar Garcón tentou – quase literalmente
– desenterrar o penoso passado da guerra civil espanhola. E em Portugal, além
da operação marquês, nem o Benfica escapa à fúria justicialista do ministério
público. Tudo isto é realmente grave – a justiça parece querer ser um factor de
perturbação das sociedades onde está inserida: no Brasil, lançando o país para
uma ditadura militar ou um presidente fascista, em Espanha e Portugal – países democraticamente
maduros – lançando o alarme social, minando as instituições e referências, como
é o caso do Benfica.
Que a nova PGR tenha sido membro
de um partido maoísta, assim como foi Maria José Morgado, demonstra uma vontade
revanchista alicerçada no passado: se perdemos politicamente no pós-25 de
Abril, ganhamos agora desestruturando a sociedade, prendendo os políticos, os
dirigentes desportivos, enfim aqueles que nos tempos demenciais do MRPP, seriam
encostados à parede de um pelotão de fuzilamento.
1 comentário:
pois, o barroso e o jmfernandes tb vieram dessa escola. quanto à sra gago, as previsíveis proximidades... ao psd.
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