Pela
primeira vez a as três televisões em sinal aberto, SIC, TVI e RTP, chegaram a
um acordo para realizar e emitir o que chamam o debate decisivo entre António
Costa e Passos Coelho. O debate vai ser emitido na próxima quarta-feira a
partir das 20h30 com moderação de três jornalistas das estações que organizam
esse debate, nas três estações generalistas em simultâneo, podendo por isso ter
uma audiência recorde. É o modelo norte-americano, mas num só debate. Quanto ao
resto, aos outros partidos com assento parlamentar (BE e CDU) e aqueles que
emergem nas sondagens como podendo obter um ou mais lugares no futuro
parlamento, e ainda todos os outros partidos concorrentes a estas eleições,
quanto a esse resto isso não interessa nada.
Ora esta
falta de respeito pelas regras democráticas dura há quase 40 anos – por isso os
partidos do chamado “arco da governação” são só três, precisamente os que
estarão no debate dito decisivo do próximo dia 9. Isto não é de agora, mas
nestas eleições em que o eleitorado está cansado dos partidos do “arco da
governação” a situação tomou um grande despudor com este único debate para uma
audiência máxima. Há que guiar o rebanho para votar ou na coligação PSD/CDS ou
no PS. E para isso os jornalistas, os directores de informação, estão ao
serviço do poder. Há que evitar as ameaças que representam novos partidos como
o de Marinho Pinto, que nas últimas eleições europeias concorrendo pelo obscuro
MPT conseguiu dois lugares no parlamento europeu, o que caso se tratasse de
legislativas corresponderia a um razoável grupo parlamentar. Da mesma forma há
que evitar que o Livre/Tempo de Avançar obtenha uma representação parlamentar.
Com um jeitinho dos serviçais jornalistas e comentadores para atestar qual o
vencedor, ainda um dos partidos consegue a maioria absoluta como quer o
presidente Cavaco. Assim o povo seja cordato e fiel como um cão aos donos do
poder.
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