quarta-feira, junho 01, 2011

A IMPOSTURA DA DECO



A DECO é uma das entidades que goza de maior prestígio em Portugal. Não sendo a única associação de defesa de consumidores, aparece como a única. Deve figurar nas agendas das redacções dos vários média como única – qualquer questão relacionada com consumo leva o jornalista à DECO. Há em volta da DECO uma aura de credibilidade, de quase santidade. No fundo a DECO é a boa da fita que defende o pobre do cidadão, e o cidadão pobre, contra as grandes empresas sem escrúpulos. Ora esta é uma falsa ideia, uma ideia feita, mas sobretudo trabalhada por uma agressiva estratégia de marketing. Um conto do vigário disfarçado de conto de fadas.
Quem já recebeu na caixa de correio cartas ou mails da DECO – Proteste facilmente percebe o tom de agressividade que esta alegada associação de defesa do consumidor usa. Ou para ser mais claro, a lata. A lata de enviar mails onde se oferece, na assinatura da revista Proteste, um “medidor de distâncias digital” (que raio de bicho será esse?), onde tudo é “gratuitamente e sem compromisso” – um mundo que toma por acéfalos os consumidores. Ora como pode uma associação de defesa dos consumidores fazer isto? Como pode uma alegada associação de defesa dos consumidores ter parcerias com empresas como a Bosch, disponibilizar (no mesmo sentido que o fazem os bancos) um cartão de crédito, uma conta poupança-reformado em parceria com o banco Nova Caixa Galicia, outro “protocolo” com o Banco Carregosa para corretagem on-line. São várias as empresas e serviços que a DECO “oferece”. Ora qual é a isenção que uma associação de defesa do consumidor pode ter ao associar-se com estas empresas? Nenhuma, como é evidente.
A verdade é que a DECO não é uma associação de defesa dos consumidores. É uma fraude, uma impostura, uma farsa. A DECO é hoje uma empresa, oferendo vários tipos de serviços - desde financeiros a saúde - em parceria com outras empresas, que disfarçada de associação de defesa dos consumidores “construiu uma sólida credibilidade junto da generalidade dos portugueses e, muito particularmente, dos órgãos de comunicação social”. Precisamente: um tal capital junto dos meios de comunicação não podia ser desperdiçado na defesa dos consumidores. Torna-se, agora, imperioso desmascarar esta impostura.

1 comentário:

JM disse...

Vai lá tu comprar casa e pedir um cartão de crédito e depois se a DECO não oferecer melhores condições vai para outra empresa enquanto os outros poupam nos TANs TAEGs e spreads.
A DECO como "associação" proporciona parcerias com várias outras "associações" e como tal tem custos, o marketing é assim, não há dar sem tirar. Se fosse assim a DECO então ganhava o ordenado minímo, não oferecia nada e trabalhava simplesmente para o povo.