Numa altura em que os jornais em papel começam a anunciar o seu fim, criar um novo título é uma enorme ousadia. Essa ousadia partiu do grupo sojormedia ao criar o “i”, o diário que foi lançado na passada quinta-feira, dirigido por Martim Avilez Figueiredo. Com um formato menor que os tablóides e agrafado, o “i” inspira-se no modelo do jornal conservador espanhol ABC, e tal como este perece ser um jornal de direita, embora com alguns problemas em afirmar-se como tal. Do ponto de vista gráfico, e de conteúdo aproxima-se de uma revista, ou melhor, de um suplemento como o P2 do Público – e será talvez com o jornal da Sonae que o “i” terá de se confrontar numa guerra que pode decidir a sobrevivência de um ou outro. Porque é duvidoso que o mercado português esteja receptivo a mais um jornal de referência (se se pode considerar o actual Diário de Notícias um jornal de referência).
O que trouxe de novo o “i”? Nos três números já publicados é visível a pretensão de ter uma agenda própria, algo que faltava à imprensa e jornalismo português, muito marcado pelas mesmas notícias repetidas na rádio, nos telejornais e nos jornais. O já referido formato; a vontade por ter exclusivos. O “i” poderia ser um novo Independente, em formato diário (o director e uma subdirectora foram jornalistas do Independente) mas embora se situe num campo político próximo falta-lhe a criatividade de um MEC nos anos oitenta e a qualidade dos colaboradores.O resultado acaba por ser positivo, mas esperava mais. Esperava, sobretudo, para alguém que tem a ousadia de criar um novo jornal diário uma maior preocupação com o lado estético (o que inclui a escrita), colunistas de maior qualidade (esperava pessoas vindas de blogues), uma redacção com nomes mais conhecidos, e um maior destaque para a cultura.
O que trouxe de novo o “i”? Nos três números já publicados é visível a pretensão de ter uma agenda própria, algo que faltava à imprensa e jornalismo português, muito marcado pelas mesmas notícias repetidas na rádio, nos telejornais e nos jornais. O já referido formato; a vontade por ter exclusivos. O “i” poderia ser um novo Independente, em formato diário (o director e uma subdirectora foram jornalistas do Independente) mas embora se situe num campo político próximo falta-lhe a criatividade de um MEC nos anos oitenta e a qualidade dos colaboradores.O resultado acaba por ser positivo, mas esperava mais. Esperava, sobretudo, para alguém que tem a ousadia de criar um novo jornal diário uma maior preocupação com o lado estético (o que inclui a escrita), colunistas de maior qualidade (esperava pessoas vindas de blogues), uma redacção com nomes mais conhecidos, e um maior destaque para a cultura.
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